A liturgia de hoje aponta para um mundo novo, sem fome e sem
miséria. Convida-nos a refletir sobre a partilha e o amor fraterno. Como
cristãos, somos convidados à unidade e ao testemunho de vida comunitária. Não é
possível amar os nossos irmãos se não soubermos dividir com eles o nosso pão,
os nossos dons. A primeira leitura descreve o gesto de um homem de Baal-Salisa
que, durante uma carestia provocada pela escassez de chuvas, oferece a Eliseu
20 pães de cevada. O profeta não guarda para si o alimento, mas convida o homem
a distribuí-lo para as 100 pessoas que se encontram perto dele. A decisão de
Eliseu é de partilhar o dom recebido com todos os que se encontram
necessitados. Não deveria ser também este o nosso gesto de partilha e doação? O
Apóstolo Paulo, (segunda leitura), suplica aos Efésios a serem humildes, e se
colocarem a serviço dos irmãos. Comportar-se com mansidão paciência e amor.
Devem viver unidos, porque o centro da vida cristã é a unidade: “Um só corpo,
um só espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só
Deus Pai de todos”. Não que todos devam ser iguais e que não possa haver
diferentes maneiras de pensar e agir, mas devem cultivar a unidade na diversidade.
O apóstolo sinaliza os bens a serem partilhados: humildade, paciência,
mansidão, amor, devem ser multiplicados por todos a cada dia. João em seu
evangelho nos convida a entender o milagre da multiplicação dos pães. É um
gesto de Jesus que não é difícil de interpretar: é um convite para a
fraternidade, para a participação, para a renúncia de possuir e guardar para
si. É surpreendente que, quem pôs à disposição de todos o pouco alimento que
tinha era um menino. Ele é o discípulo convocado a colocar a disposição dos
irmãos tudo aquilo que possui; simboliza o milagre que pode acontecer quando o
egoísmo dá lugar à solidariedade, ao pensar no “nós” e não no “eu”. É preciso
que homens abandonem o próprio egoísmo, a ganância e acertem a lógica do Reino,
a lógica da partilha e o milagre pode se repetir também em nossos dias. Na
Comunhão, Jesus entrega-se a todos. Ele mesmo é o pão que alimenta a quem têm
fome do seu infinito amor. Ele é o milagre. Ao comungarmos estamos levando
Jesus para o mundo. É preciso levá-Lo a todos, partilhar com os outros o que
dele recebemos. Esta é a nossa missão. Tal como Ele pediu aos apóstolos, é
preciso que nada se perca do que recebemos de Jesus. Esta é a lógica com a qual
é possível alimentar uma multidão com cinco pães e dois peixes, este é o
milagre de nosso Deus em nós.
Uma ótima celebração a todos!
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