sábado, 14 de julho de 2012

“Expulsavam muitos demônios...”


Povo de Deus, no Evangelho de Marcos, desde o início de sua missão, Jesus forma um grupo de seguidores. Um pouco adiante, ele constitui “os Doze” para ficarem com ele e fazerem o que ele mesmo vem fazendo.
No Evangelho deste domingo, Jesus envia esses Doze, dois a dois. Dá-lhes poder sobre as forças que querem destruir a vida – na linguagem do Evangelho, “sobre os espíritos impuros”. Recomenda que andem desarmados, que não levem nada para o caminho, que confiem em Deus e na bondade do povo. Jesus lhes deixa claro que a força que vence os poderes do mal não é a dos recursos materiais e das técnicas sofisticadas – embora essas coisas possam ajudar também. Ao contrário, o poder que vence os “demônios” é aquele que vem de dentro: o amor sincero, a solidariedade, a coerência de vida. Essas coisas revelam a fé que “move montanhas” e é capaz de expulsar os demônios, ou, na linguagem do Evangelho de João, “tirar o pecado do mundo”.
            Jesus previne seus enviados: nem sempre serão bem aceitos. Ao lado daqueles que os acolhem em suas casas, haverá aqueles que nem os receberão e muito menos escutarão seu anúncio e suas denúncias. Apesar disso, é preciso cumprir a missão. A palavra profética precisa ser proclamada. As pessoas não podem continuar escravas de nenhum poder que as oprime e destrói. Mas também não dá para gastar todo o precioso tempo e as melhores energias com pessoas que não querem ouvir. “Se em algum lugar não vos receberem nem quiserem vos escutar” – diz Jesus – “quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles”.
A história de Jesus e de seus discípulos será semelhante à dos profetas, será como a sorte de Amós, por exemplo. Amós, um agricultor do Reino do Sul, pregava no Norte, em Betel, porque ele e muita gente sentiam um forte apelo de Deus para denunciar as políticas injustas do rei e dos sacerdotes daquele templo. Era preciso “expulsar os demônios” de lá. Porém Amasias, o chefe dos sacerdotes daquele santuário, expulsou Amós, como ouvimos na 1ª leitura desta celebração. Amós então, de alguma maneira, “sacudiu a poeira dos pés como testemunho contra ele”, respondendo a Amasias que ele não era profeta profissional, que ele não estava ganhando seu pão com a missão profética. Ao contrário, era um agricultor que sentiu o apelo de Deus para proclamar a sua palavra de alerta e de denúncia.
            Como Amós, os Doze também não eram profissionais da religião. Mas, convocados por Jesus, eles aceitam o desafio e vão. Pregam a conversão, anunciam a proximidade do Reino de Deus, libertam muitas pessoas de escravidões, curam muitos doentes. Mais adiante, o texto de Marcos nos informará sobre o bom êxito dessa missão.
            No Brasil de hoje, parece que os “espíritos impuros” encontram sempre novos espaços para se abrigar e estragar a vida do povo. Uma de suas expressões atuais é a corrupção que ronda e se instala nos “templos de Brasília”, conforme vem sendo amplamente divulgado pela imprensa. Quem serão os Amós de hoje, capazes de denunciar de maneira eficaz tudo isso? Quem serão os Doze de nossos dias, a “sacudir a poeira dos pés, como testemunho contra eles”?
            A missão de Amós e dos Doze se transforma em proposta e desafio para nós, hoje. Toda a comunidade cristã é chamada a ser profética e missionária. O Evangelho diz que Jesus “começou a enviar” os discípulos, o que sugere que ele continua a fazer isso até hoje. Certamente nem todos podemos ser apóstolos como os Doze nem profetas como Amós, mas, de alguma forma, todos podemos colaborar. Podemos apoiar os movimentos proféticos e as pessoas que se destacam dentro deles. Além disso, temos de trabalhar todos para que surjam, entre nós, sempre de novo, profetas como Amós e apóstolos como os Doze.

Um comentário:

  1. Hoje estará tomando posse de sua paróquia oficialmente.
    Que o Senhor o abençõe imensamente na tua caminhada sacerdotal e nesta linda missão que assumiu para sua vida.
    Que Nossa Senhora Aparecida Padroeira da sua paróquia seja tua mãe nos momentos de solidão e teu conforto nas dificuldades do caminho.
    Desejo que o Espírito Santo te fortaleça sempre, porque tu és Filho do Céu, e escolhido pelo Senhor, que te chamou e te enviou em missão.
    Belo dia este que Deus determinou para tua posse nesta paróquia. O dia que pela Palavra ele te chama para a missão, para ser seu missionário predileto nesta comunidade abençoada.
    O Senhor te designou e te escolheu, e assim como Amós e como os Discípulos ele te disse: "Eu preciso de ti"e você deu o seu sim .
    Que Deus o abençõe imensamente pelo seu SIM nesta missão e te inspire a mensagem que Nosso senhor quer levar a todos, vivendo-a primeiramente em seu coração.
    Que Deus abençòe imensamente estas comunidades e esta paróquia que te acolhe como pastor e pai espiritual.
    E que Deus abençõe D. Neri, Bispo Diocesano por te acolher e confiar no seu chamado ministerial.
    Parabéns Pe. Luiz Carlos Francisco Targino pela sua posse.
    Parabéns Pelo seu SIM.
    Deus o abençõe

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