O texto de hoje nos ajuda a fazer uma
reflexão, uma introspecção. Estamos diante de um Evangelho que determina
o nosso ser cristão. É, diria eu, o termômetro da nossa própria fé
católica. E não poderia existir passagem melhor do que esta de hoje.
A prática da justiça, no sentido
religioso, significava a busca de justificação diante de Deus. As mais
consagradas eram: a esmola, a oração e o jejum. Por esta prática, os
judeus julgavam-se justo diante de Deus. Com atitude ostensiva, os
líderes religiosos do templo e das sinagogas afirmavam seu prestígio e
poder.
A penitência, muitas vezes, vista como
uma prática de sofrimento, na verdade tem o caráter modificador, que nos
transforma e nos faz perceber que podemos viver sem certas coisas do
mundo.
Compreendemos que os sacrifícios feitos
deverão, portanto, ser fonte de crescimento, de amadurecimento
espiritual e não motivo de promoção pessoal. Por isso não devem ser
expostos ao mundo, pois é interioridade, é intimidade com Deus.
Isso vale para todos os nossos atos
religiosos ou aparentemente humanitários. Não podem ser forma de se
vangloriar de sua bondade, mas de promover sua espiritualidade e também o
bem de outras pessoas.
“Sê assíduo à oração e à meditação.
Disseste-me que já tinhas começado. Isso é um enorme consolo para um Pai
que te ama como Ele te ama! Continua, pois, a progredir nesse exercício
de amor a Deus. Dá todos os dias um passo: de noite, à suave luz da
lamparina, entre as fraquezas e na secura de espírito; ou de dia, na
alegria e na luminosidade que deslumbra a alma.
Se conseguires, fala ao Senhor na oração,
louva-o. Se não conseguires, por não teres ainda progredido o
suficiente na vida espiritual, não te preocupes: fecha-te no teu quarto e
põe-te na presença de Deus. Ele ver-te-á e apreciará a tua presença e o
teu silêncio. Depois, pegar-te-á na mão, falará contigo, dará contigo
cem passos pelas veredas do jardim que é a oração, onde encontrarás
consolo. Permanecer na presença de Deus com o simples fito de manifestar
a nossa vontade de nos reconhecermos como seus servidores é um
excelente exercício espiritual, que nos faz progredir no caminho da
perfeição.
Quando estiveres unido a Deus pela
oração, examina quem és verdadeiramente; fala com Ele, se conseguires;
se te for impossível, detém-te, permanece diante dele. Em nada mais te
empenhes como nisso”. (Padre Pio de Pietrelcina)
Essa é, justamente, a verdadeira oração,
porque “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ senão por influência do
Espírito Santo” (1Cor 12, 3). O que seria a oração da Igreja se não
fosse a oferenda daqueles que, ardendo com grande amor, se entregam ao
Deus que é amor?
Jesus nos mostra, neste texto, ao falar
da oração, jejum e caridade de forma consciente o momento e o ato mais
importante da nossa íntima união com Ele. E nos faz saber que estes atos
devem ser livres e desimpedidos, desinteressados de reconhecimento. A
partir do momento em que vivemos estas três lições de Cristo – oração,
jejum e penitência -, em nossas vidas, tudo em nós será um eterno
aleluia. Jesus terá verdadeiramente ressuscitado em nós.
Espírito de piedade, ensina-me o modo de agir que realmente agrade ao Pai e mereça a recompensa divina.
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