sábado, 30 de junho de 2012

"Agora é Tempo de ser Igreja caminhar juntos participar".



Celebrando hoje a festa de Pedro e Paulo,
exaltamos seu exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e
seu ardoroso testemunho no projeto libertador de Deus.

Na pessoa de Pedro, destaca-se o Pastor das Comunidades,
aquele que é referência da fé para os irmãos.
Na pessoa de Paulo, aparece mais o líder Missionário,
que forma comunidades e faz expandir a fé em todas as nações.
Pedro recorda mais a instituição... Paulo, o carisma...

As Leituras bíblicas nos falam dos dois Apóstolos:

Na 1ª Leitura, vemos PEDRO: (At 12,1-11)

Preso pelas autoridades... "para agradar os judeus"...
Guardado como "perigoso" por 16 homens... e libertado por Deus...
- O texto mostra que o testemunho dos discípulos gera oposição e morte.
  Mas a oposição não pode calar esse testemunho.
- Mostra uma Comunidade cristã unida e solidária, na Oração.
  E Deus escuta a oração da Comunidade...
- Mostra a presença efetiva de Deus na caminhada da Igreja e
  o cuidado de Deus para os que lhe dão testemunho.
  O nosso Deus não nos abandona...

Na 2ª Leitura vemos PAULO: (2Tm 4, 6-8.17-18)

Também está preso, pela última vez: Está ciente da própria condenação.
Faz um balanço final de sua vida a serviço do Evangelho:
- "Estou pronto... chegou a minha hora... combati o bom combate ...
    terminei a corrida... conservei a fé...
- E agora aguardo o prêmio dos justos...
 - O Senhor esteve comigo... a ele GLÓRIA..."
A própria Morte ele a vê como a Libertação definitiva...

* Suas palavras são um "testamento espiritual" sereno e alegre,
   consciente do dever cumprido..
   Modelo de Missionário ardoroso e entusiasta...

No Evangelho, Pedro faz a Profissão de Fé e recebe o Primado. (Mt 16, 13-19)

O texto tem duas Partes:
- A primeira de caráter cristológico:
  centra-se em CRISTO e na definição de sua identidade:
  "Tu é o Cristo, o Filho de Deus Vivo".
- Na segunda de caráter eclesiológico:
  centra-se na IGREJA que Jesus convoca à volta de Pedro:
  "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja".
A base ("Rocha") firme sobre a qual vai se assentar a Igreja de Jesus
é a fé que Pedro e a Comunidade dos discípulos professaram:
a fé em Jesus como o "Messias, Filho de Deus vivo".

Dessa adesão, nasce a Igreja, a Comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro.
A Pedro e à Comunidade dos discípulos é confiado o poder das chaves,
isto é, a autoridade para interpretar as palavras de Jesus,
às novas necessidades e situações e para acolher ou não
novos membros na Comunidade dos discípulos do Reino.
Pedro torna-se assim uma figura de referência para os primeiros cristãos e desempenha um papel de primeiro plano na animação da igreja nascente.

+ PEDRO E PAULO são figuras gigantescas da Igreja primitiva,
   que tinha a missão de continuar a OBRA salvadora de Cristo...

Na Igreja, Pedro recebe poderes para desempenhar a sua missão:
Por isso, nem o poder do inferno terá vez contra ela...

E essa promessa de Cristo não é apenas à pessoa de Pedro.
Se a Igreja deve permanecer, mesmo depois da morte de Pedro,
devemos admitir que os poderes concedidos a Pedro,  
passem também aos seus legítimos sucessores, que são os PAPAS...

Por isso, nesse dia celebramos também o DIA DO PAPA,
que ainda hoje continua sendo sinal de unidade e de comunhão na fé.

O Papa é o chefe visível da Igreja na terra.
Sua missão é espinhosa, sobretudo hoje, com mudanças rápidas e violentas...
com contestações dentro e fora da Igreja...
Como é difícil saber discernir, no meio de tantas turbulências!...

Ele merece o nosso amor...
mas que não seja um amor só de palavras, mas um amor concreto...
Rezando por ele... escutando a sua voz... e praticando seus ensinamentos...

Relembrando as figuras de São Pedro e São Paulo, perguntemo-nos:
- Damos testemunho de Cristo, como eles, no ambiente em que vivemos?
- Acreditamos que somos responsáveis pela continuação do Projeto de Deus?

Relembrando a figura do Papa,
continuemos a nossa oração, pedindo a Deus que lhe dê:
- MUITA LUZ... para apontar sempre o melhor caminho para a Igreja... e
- MUITA FORÇA... para enfrentar com otimismo e alegria
  as contestações do mundo moderno...

A Igreja é um corpo vivo, que se constrói com pedras vivas.
Todos colaboramos na construção, mas sob a guia e supervisão dos que
são sucessores de Pedro (o Papa) e dos demais Apóstolos (os bispos).

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Se julgares, serás julgado na mesma medida

Num mundo marcado por falsos juízos, Jesus nos adverte: “Não julgueis, para que não sejais julgados”.
Esta expressão – tranquilamente entendida por “criticar” – é uma das mais conhecidas, mas nem sempre interpretada corretamente.
O julgamento que não devemos fazer é aquele em que nos colocamos no lugar de juiz para condenar ou falar mal de nosso irmão segundo nossa própria avaliação. Isto, porém, não se refere ao discernimento que deve ser exercido pelo cristão ou pela Igreja para se proteger contra os que praticam o mal ou ensinam falsidades, ou para manter disciplina para o bem da Igreja.
Quem ousa julgar os outros sofrerá as consequências dessa usurpação de poder, pois também virá a ser julgado na mesma medida.
Lembremos sempre das nossas próprias imperfeições antes de nos colocarmos no lugar de juiz para apontar as faltas dos outros. O Senhor Jesus chama isso de hipocrisia. É preciso, primeiro, eliminar as nossas próprias faltas e imperfeições antes de julgarmos as dos outros. As nossas, sob essa perspectiva, são maiores e se comparam a uma trave em nosso olho quando só podemos ver um argueiro no olho do nosso irmão.
Ao nos depararmos com pessoas tão perversas, as quais tratam as verdades divinas com total desprezo e reagem com violência quando lhes falamos do Evangelho, não temos a obrigação de continuar insistindo com elas. Se o fizermos, apenas estaremos aumentando a condenação que já pesa sobre elas.
Nem sempre é fácil perceber quando uma pessoa pode ser classificada nessa categoria, mas quando em dúvida, temos o recurso de pedir discernimento em oração.
Por isso, reze: “Pai, livre-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como o Senhor é misericordioso comigo. Amém!”

sábado, 23 de junho de 2012

Natividade de São João Batista

Evangelho de Lucas 1, 57-66.80”
                                           “COMPLETOU-SE O TEMPO...”
Nossa vida de fé é marcada por muitas promessas, a primeira delas no Batismo, quando pais e padrinhos, falando por nós prometem e se comprometem em professar uma fé viva, capaz de um testemunho autêntico diante do filho ou do afilhado, e na unção crismal prometemos acolher em nossa vida o dom do Espírito Santo e deixarmo-nos conduzir por ele.
O “amém” ao receber a Eucaristia não deixa de ser também uma promessa, de viver sempre em comunhão com Jesus, e nos sacramentos da ordem ou do Matrimônio, prometemos viver um amor total de entrega e doação à Santa Igreja, ou um ao outro, na vida conjugal. Fazemos muitas promessas diante de Deus, antes de receber o sinal sacramental e sabemos muito bem, que por causa dos nossos pecados, muitas vezes quebramos promessas sagradas, quando acontecem as separações, o abandono da comunidade ou de uma vocação religiosa.
Não é de hoje que o homem não cumpre suas promessas diante de Deus, à Bíblia está repleta de relatos onde as pessoas, e próprio povo descumpriu algo prometido diante de Deus. Entretanto, não encontramos uma só palavra ou frase, no antigo ou no novo testamento, onde afirme que Deus deixou de cumprir alguma de suas promessas, feitas para o homem.
A natividade de João Batista, único santo que no calendário da Igreja, tem comemorado o seu nascimento, se reveste de fundamental importância na história da salvação, justamente por ser um elemento divisor entre o tempo chamado das promessas, e o tempo do cumprimento das mesmas.
Há na religiosidade do povo brasileiro uma prática que a modernidade não conseguiu matar: a de fazer promessas! Todas as promessas são feitas para Deus, mas com a intercessão dos santos. A história da Salvação teve início com uma promessa, feita pelo próprio Deus. Ele prometeu através de líderes como Moisés, dos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, dos profetas e demais homens e mulheres de Deus.
“Terminou para Isabel o tempo da gravidez e ela deu a luz um filho...”. Este não é um nascimento qualquer de um israelita, Lucas faz questão de salientar que se completou o tempo de gestação, o tempo de espera, e o útero de Isabel, antes estéril e incapaz de gerar vida, tocado por Deus torna-se fértil, simbolizando de repente o coração de todo um povo, cansado de sofrer, de andar por caminhos errados, por atalhos que só levavam à morte, guiados por falsos líderes, toda a esperança que este povo guardava no coração nas promessas de Deus, irrompe agora como um lençol d’água que fura a rocha e flui à flor da terra, para saciar os sedentos de esperança e de vida nova.
João Batista é a resposta de Deus aos anseios do povo, após um silêncio de quase três séculos! Inspirados por Deus, todos os profetas haviam falado deste tempo novo, para consolar e fortalecer um povo desiludido, desmotivado, esmorecido e sem esperança, certamente esses profetas foram tidos como loucos, sonhadores, fantasiosos, mas muitos guardaram no coração essas promessas, e souberam transmiti-las de geração em geração, sem deixar morrer a esperança, o próprio Zacarias, sacerdote do templo e pai de João Batista, faz parte deste povo que espera, seu nome significa “Deus se recordou”.
A sua súbita mudez, longe de ser um castigo, é prenúncio do tempo feliz que com ele irá se iniciar, e ao apresentar a criança no templo, para ser circuncidado como era costume, ele confirma o nome de “João” que significa “Aquele que anuncia” e recuperando a voz, glorifica a Deus que visitou o seu povo.
Que significado tem, para nós cristãos, a celebração do nascimento de João Batista neste 24 de Junho? Se ficarmos apenas na popularidade e nos festejos joaninos típicos desta data, iremos nos divertir muito, mas certamente não iremos aprender nenhuma lição.
O nosso povo, tanto quanto aquele povo de Israel, em meio aos sofrimentos físicos e morais, também têm guardado no coração essa esperança, de que um dia o bem supremo irá triunfar sobre as forças do mal, é verdade que conforme os dias vão passando, as vezes o desânimo vai tomando conta do coração de muitos que perderam a crença em Deus, no amor e na própria vida, são certas promessas mirabolantes que nunca se realizam, são líderes charlatães que iludem, enganam, roubam. São lideranças religiosas que não cumprem e nem honram seu papel de ministros de Deus, criando uma religião fantasiosa, que explora e cria tantas ilusões.
João vislumbra algo que ninguém tinha ainda vislumbrado: que o reino já estava no meio dos homens, na pessoa e na missão de Jesus de Nazaré. Anuncia a necessidade de uma mudança de mentalidade e de coração, para acolher este reino novo, que não se fundamenta em mentiras e fantasias, mas na Verdade que é Jesus Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.
Olhando para a origem de João, seu nascimento e a missão de precursor do Messias, que Deus lhe confiou, podemos refletir sobre tais acontecimentos à luz do evangelho, e mais do que refletir, já está na hora de vivermos esse evangelho, que fala de um tempo novo, de um reino que já está entre nós e que consegue restituir ao coração humano toda essa Esperança que é Jesus de Nazaré, pois como João Batista, todos nós nascemos para ser os portadores e anunciadores dessa Boa Nova, ao homem descrente deste terceiro milênio.
Uma ótima semana a todos!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Onde está sua riqueza, aí estará o seu coração

Povo de Deus, continuamos nossa reflexão sobre as bem-aventuranças. O Evangelho de hoje nos faz duas recomendações sobre como devemos nos relacionar e usar os bens materiais.
Nos quarenta anos de deserto, o povo foi provado para ver se era capaz de observar a lei de Deus (Êxodo 16,4). A prova consistia na capacidade de recolher só o necessário de maná para cada dia, e não acumulá-lo para o dia seguinte.
Hoje, nessa mesma linha, Jesus nos diz: “Não acumuleis riquezas aqui na terra, onde as traças e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam” (Mateus 6,19).
O que significa acumular tesouros no céu? Trata-se de saber de onde viemos, o que fazemos aqui na terra e para onde vamos. Descobrir qual o fundamento da nossa existência e, nela, colocar a nossa confiança. Se a depositarmos nos bens materiais desta terra, sempre correremos o risco de perder o que acumulamos. Porém, se eles forem depositados em Deus, ninguém vai poder destruí-los e teremos a liberdade interior de partilhar com os outros os bens que possuímos.
Para que isto seja possível e visível, é importante que criemos uma convivência comunitária, a qual favoreça a partilha e a ajuda mútua, e na qual a maior riqueza ou tesouro não será a material, mas sim da convivência fraterna, nascida a partir da certeza trazida por Jesus de que Deus é o meu Pai e de todos. E se Ele é nosso Pai, todos nós somos irmãos.
A lâmpada do corpo são nossos olhos,  pois, como disse Jesus, “os olhos são como uma luz para o corpo”. Mas para entender o que Ele nos pede é necessário ter “olhos novos”. O Senhor é exigente e nos pede para não acumularmos riquezas nem não servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo. Estas recomendações tratam daquela parte da vida humana, na qual as pessoas têm mais angústias e preocupações. É urgente que tenhamos olhos lúcidos, porque, se eles estiverem doentes, todo nosso corpo estará também debilitado.
Na realidade, a pior doença que podemos imaginar é quando uma pessoa se fecha sobre si mesma, sobre seus bens e confia só neles. É a doença da tibieza, da mesquinhez. Quem olha a vida com esse olhar vive na tristeza e na escuridão. O remédio para curar esta doença é a conversão, a mudança de mentalidade e de ideologia. Colocando o fundamento da vida em Deus, o olhar se torna generoso e a vida toda se torna luminosa, pois faz nascer a partilha e a fraternidade.
Jesus quer uma mudança radical, quer que vivamos como Deus. A imitação do Senhor nos leva à partilha justa dos bens e ao amor criativo, aquele que gera fraternidade verdadeira.
“Onde está sua riqueza, aí estará o seu coração.” Onde estão as nossas riqueza? Muitas pessoas idolatram o marido, a esposa, os filhos ou parentes, colocando-os acima de Deus. Outras colocam, em primeiro lugar, o dinheiro, os bens matérias, mas relegam para o segundo – ou o último lugar – Deus e a família. Esquecem-se de que é no Senhor e no amor ao próximo que está a fonte da vida.
Meu irmão, minha irmã, a vocês me dirijo e lhes pergunto: “Que luz vocês têm como referência? Para onde direcionam os seus olhos? Para as coisas do mundo ou para o Círio Pascal, fonte da luz sem ocaso? Ele é a luz no mundo, quem O segue não se engana nem na vida nem na morte.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Você já refletiu sobre a oração do Pai-Nosso?

Povo de Deus, a oração mais perfeita e completa que temos é o Pai-Nosso. Muitos dos nossos irmãos evangélicos criticam nosso rezar, porque dizem que este se trata de palavras repetidas, não espontâneas. No entanto, eu lhe digo, meu irmão, se você entender a oração que Cristo nos deixou, se refletir cada palavra e, principalmente, se as viver, não precisará de mais nenhuma oração. Nela, encontramos tudo o que precisamos para sermos santos.
“Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome”. Você já reparou que Jesus não disse “meu Pai”? Deus é Pai de todos nós e temos de ter uma consciência comunitária em nossas orações. “Que estais no céu”, em toda parte, inclusive aqui, agora. “Santificado seja o Vosso nome”, significa que não só o nome, mas também Sua realidade divina, em três Pessoas, seja adorada, glorificada, conhecida e acreditada no mundo inteiro. Para que isso aconteça, precisamos fazer a nossa parte como anunciadores da mensagem de Jesus Cristo.
“Venha a nós o Vosso Reino”. É importante explicar aos nossos filhos e às crianças do Catecismo o que isso significa: “venha a nós o governo de Deus”, ou seja, precisamos permitir que o Senhor governe nossa vida. A oração do Pai-Nosso está no plural, porque toda oração que rezamos não deve ser apenas pessoal, mas realizada para todos.
“Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu” e não a nossa vontade, não a vontade de satanás nem do assaltante ou daqueles que querem nos prejudicar. Não a vontade dos que pretendem nos afastar do caminho, da verdade e da vida.
“O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. E amanhã, eu não vou comer? Sim, mas nós vamos rezar, agradecer e pedir novamente. Este é o procedimento, porque Deus nos aconselha a não nos preocuparmos com o dia de amanhã. Por isso, vamos pedir o pão somente para hoje.
Pão, aqui, não significa somente o pãozinho da padaria, mas sim o alimento, a saúde para trabalhar, o estudo que nos prepara para ganhar dinheiro, o emprego tão difícil de encontrar hoje em dia, etc.
“Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam”. Quando somos lesados, injustiçados, precisamos recorrer aos nossos direitos, porque se todo cristão ficar “bonzinho”, sem reclamar de nenhum abuso cometido pelos outros, todos vão se aproveitar de nós, fazendo-nos de bobos. No entanto, depois da tempestade vem sempre a calmaria, a paz. Fiquemos atentos, porque Jesus sempre nos orienta a fazer as pazes.
“E não nos deixeis cair em tentação”, porque são muitas as seduções que nos cercam no nosso dia a dia, tentando tirar-nos a paz e a amizade com Deus.
“Mas livrai-nos do mal”. São tantos os males desta vida: assaltos, roubos, acidentes, tentações, etc.
Temos a liberdade de chamar nosso Criador de Pai, mas não somente “meu Pai”. É o nosso Pai quem nos leva à unidade com os irmãos espalhados pelo mundo, os quais também oram o Pai-Nosso. Damos ao nome de Deus o devido respeito – santificado seja Seu nome – e pedimos que Seu Reino esteja entre nós. Entregamos nossa vida a Ele, quando pedimos que seja feita Sua vontade.
No centro da oração, mais uma vez, tratamos o Senhor como Pai, afinal quem é o responsável pelo nosso sustento, nosso pão de cada dia, senão Ele? Mostramo-nos arrependidos quando Lhe pedimos perdão pelos nossos pecados. E assumimos nossas fraquezas quando solicitamos Sua proteção e o livramento dos males que não podemos controlar.
Entretanto, pergunto-me: Será que vivemos em unidade com nossos irmãos? Será que, verdadeiramente, tratamos o nome de Deus com o devido respeito? Perdoamos aos nossos irmãos do mesmo modo que desejamos ser perdoados? Será que, muitas vezes, não facilitamos para que o mal entre em nossas vidas?
“Pai, livre-me de reduzir as palavras vazias, a oração que Jesus nos ensinou. Que eu saiba encontrar o sentido do Pai-Nosso centrando minha vida na filiação divina e na fraternidade. Amém!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Oração, jejum e penitência: atos importantes da nossa íntima união com Deus

O texto de hoje nos ajuda a fazer uma reflexão, uma introspecção. Estamos diante de um Evangelho que determina o nosso ser cristão. É, diria eu, o termômetro da nossa própria fé católica. E não poderia existir passagem melhor do que esta de hoje.
A prática da justiça, no sentido religioso, significava a busca de justificação diante de Deus. As mais consagradas eram: a esmola, a oração e o jejum. Por esta prática, os judeus julgavam-se justo diante de Deus. Com atitude ostensiva, os líderes religiosos do templo e das sinagogas afirmavam seu prestígio e poder.
A penitência, muitas vezes, vista como uma prática de sofrimento, na verdade tem o caráter modificador, que nos transforma e nos faz perceber que podemos viver sem certas coisas do mundo.
Compreendemos que os sacrifícios feitos deverão, portanto, ser fonte de crescimento, de amadurecimento espiritual e não motivo de promoção pessoal. Por isso não devem ser expostos ao mundo, pois é interioridade, é intimidade com Deus.
Isso vale para todos os nossos atos religiosos ou aparentemente humanitários. Não podem ser forma de se vangloriar de sua bondade, mas de promover sua espiritualidade e também o bem de outras pessoas.
“Sê assíduo à oração e à meditação. Disseste-me que já tinhas começado. Isso é um enorme consolo para um Pai que te ama como Ele te ama! Continua, pois, a progredir nesse exercício de amor a Deus. Dá todos os dias um passo: de noite, à suave luz da lamparina, entre as fraquezas e na secura de espírito; ou de dia, na alegria e na luminosidade que deslumbra a alma.
Se conseguires, fala ao Senhor na oração, louva-o. Se não conseguires, por não teres ainda progredido o suficiente na vida espiritual, não te preocupes: fecha-te no teu quarto e põe-te na presença de Deus. Ele ver-te-á e apreciará a tua presença e o teu silêncio. Depois, pegar-te-á na mão, falará contigo, dará contigo cem passos pelas veredas do jardim que é a oração, onde encontrarás consolo. Permanecer na presença de Deus com o simples fito de manifestar a nossa vontade de nos reconhecermos como seus servidores é um excelente exercício espiritual, que nos faz progredir no caminho da perfeição.
Quando estiveres unido a Deus pela oração, examina quem és verdadeiramente; fala com Ele, se conseguires; se te for impossível, detém-te, permanece diante dele. Em nada mais te empenhes como nisso”. (Padre Pio de Pietrelcina)
Essa é, justamente, a verdadeira oração, porque “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ senão por influência do Espírito Santo” (1Cor 12, 3). O que seria a oração da Igreja se não fosse a oferenda daqueles que, ardendo com grande amor, se entregam ao Deus que é amor?
Jesus nos mostra, neste texto, ao falar da oração, jejum e caridade de forma consciente o momento e o ato mais importante da nossa íntima união com Ele. E nos faz saber que estes atos devem ser livres e desimpedidos, desinteressados de reconhecimento. A partir do momento em que vivemos estas três lições de Cristo – oração, jejum e penitência -, em nossas vidas, tudo em nós será um eterno aleluia. Jesus terá verdadeiramente ressuscitado em nós.
Espírito de piedade, ensina-me o modo de agir que realmente agrade ao Pai e mereça a recompensa divina.